O Instituto de Desenvolvimento Local – FAS (que é uma agência governamental do MPLA) venceu a categoria do Prémio de Responsabilidade Social da 9ª edição dos Prémios Sirius, evento que reconhece e distingue as empresas, os projectos e as personalidades individuais que mais se destacaram ao longo do ano em Angola.
Seleccionado num universo de seis empresas, o FAS, anteriormente designado Fundo de Apoio Social, venceu o prémio através da apresentação do Programa de Fortalecimento de Protecção Social, vulgo ‘Kwenda’, que regista o cadastramento de mais de um milhão de agregados familiares vulneráveis, dos quais 700 mil já beneficiaram de transferências monetárias, segundo o director-geral deste instituto, Belarmino Jelembi.
Ao anunciar o vencedor da referida categoria, durante a gala de premiação, a Primeira-Dama da República e presidente de júri dos Prémios Sirius, Ana Dias Lourenço, destacou a abrangência geográfica, eficácia e a credibilidade, bem como o compromisso, orçamento e valor acrescentado deste programa como os principais critérios que concorreram para a atribuição deste prémio ao FAS.
Sublinhou que a análise das inúmeras candidaturas recebidas foi, particularmente, desafiante para o corpo de jurado, tendo em conta a elevada qualidade dos projectos apresentados pelos concorrentes.
Segundo Ana Dias Lourenço, o Prémio de Responsabilidade Social foi uma das categorias com maior destaque nesta edição, por registar maior número de concorrentes, com uma ampla abrangência de empresas que actuam nas mais variadas áreas da sociedade angolana.
Considerou a lista dos nomeados ao prémio como uma demonstração de que as empresas/organizações estão no caminho certo, para a preservação e desenvolvimento das comunidades locais.
“Actualmente, a responsabilidade social deve fazer parte da lista dos objectivos de estratégia das organizações, assumindo o compromisso com os valores de protecção da sociedade, com o objectivo de retribuir, de forma justa, o que as comunidades oferecem”, afirmou.
Esta categoria reconhece as empresas que executam, essencialmente, programas virados à educação, saúde, ao combate à fome e à pobreza, contribuindo para a redução das assimetrias regionais, com vista o desenvolvimento do país.
Por seu turno, o director-geral do FAS, Belarmino Jelembi, considerou o prémio recebido como um reconhecimento que motiva cada vez mais a organização a continuar a trabalhar de forma árdua, com vista o alcance dos objectivos traçados.
Em declarações à imprensa, o responsável fez saber que, no âmbito do fortalecimento do cadastro das famílias vulneráveis, regista-se mais de três milhões e 100 mil pessoas, com diferentes categorias de vulnerabilidade, em três anos.
Durante este período, referiu, inseriu-se perto de 90 mil famílias no sector produtivo, assim como a instalação de mais de 22 centros de acção social integrado no país.
Destacou que a operacionalização deste programa conta com o engajamento de mais de dois mil Agentes de Desenvolvimento Comunitário Sanitário (ADECOS), para além do amplo programa de formação. Com isso, avançou, os objectivos preconizados pelo Kwenda estão a ser superados pela concretização de vários projectos.
Para além do FAS, concorreram, igualmente, para a categoria Prémio de Responsabilidade Social as empresas BFA, Grupo Carrinho (com o programa Merenda Escolar), Sociedade Mineira de Catoca, Sonangol e a Unitel (programa e-Health saúde móvel), que foram homenageadas com atribuição de menções honrosas.
Num total de 34 concorrentes, entre empresas/projectos, gestores e empreendedores, distribuídos nas oito categorias da 9ª edição dos Prémios Sirius, destaca-se também a empresa do sector agrícola denominada “Agri-Mumba, Lda”, que venceu o Prémio Empreendedorismo do Ano.
Na mesma senda, a seguradora Nossa Seguros ficou com o Prémio Empresa do Ano do Sector Financeiro, enquanto o Grupo Carrinho venceu o Prémio Empresa do Ano do Sector Não Financeiro.
A categoria Prémio de Sustentabilidade foi vencida pela empresa Jardins da Yoba, que apresentou o Programa Nacional de Selecção e melhoramento de Sementes.
Ainda no domínio tecnológico, a Empresa Interbancária de Serviços (EMIS) venceu o ‘Prémio Programa de Desenvolvimento Digital/Tecnológico’, através do seu programa “Multicaixa Express”.
A operadora de telefonia móvel, Unitel, foi a vencedora do ‘Prémio Programa de Desenvolvimento do Capital Humano’, com o programa “Conexão num click”.
No âmbito da gestão, o governador do Banco Nacional de Angola, José de Lima Massano, venceu a categoria “Prémio Gestor do Ano”.
Sob o lema ‘Distinguir a excelência, promover o futuro’, os Prémios Sirius surgiram há quase cinco anos, depois do interregno originado, em parte, pela pandemia Covid-19, bem como por um momento de reflexão.
De acordo com o presidente do Conselho de Administração da empresa de consultoria Deloitte, José Barata, esta iniciativa ressurge com a ambição reforçada, mantendo o propósito de distinguir e premiar as principais organizações, personalidades e projectos realizados no último ano em Angola.
Numa promoção da Deloitte, a última edição (8ª) dos Prémios Sirius foi realizada em Novembro de 2018, contando com a participação de 55 entidades (empresas, gestores e empreendedores) que concorreram para dez categorias que integraram o evento, naquela altura.
Nesta edição, a Unitel, Refriango, Carnes Valinho, TAAG, BFA, Grupo Boa Vida, NCR Angola e Standard Bank de Angola foram as empresas vencedoras nas mais diversas categorias.
Estas empresas venceram as categorias Prémios melhores programas de Desenvolvimento do Capital Humano, de Responsabilidade Social, de Investimento Directo Estrangeiro, de Relatório de Gestão e Contas do Sector Não Financeiro, de Relatório de Gestão e Contas do Sector Financeiro, de Empresa Exportadora, de Empresa do Ano Sector Não Financeiro e Empresa do Ano do Sector Financeiro, respectivamente.
Para além destas, integrou, igualmente, a categoria de Prémio Empreendedor do Ano”, cujos vencedores foram os empresários Adérito Areias, Erickson Mvezi, Patrice Francisco e Wilson Ganga.
Também fez parte da 8ª edição, a categoria Prémio Gestor do Ano, atribuído ao ex-PCA do Banco Sol, Coutinho Nobre Miguel, e ao empresário angolano Arnaldo Lago de Carvalho.
Na altura, esta edição também ficou marcada com homenagem à Selecção Angolana de Futebol Adaptado, que sagrou-se campeã do mundo, em 2018.
O Fundo de Apoio Social (FAS) criado em 28 de Outubro de 1994 ao abrigo do Decreto 44/94 do Conselho de Ministros, é uma agência governamental, dotada de personalidade jurídica e autonomia financeira e administrativa, para em coordenação com outros programas de combate à pobreza, contribuir na promoção do desenvolvimento sustentável e redução da pobreza.
O FAS focaliza a sua actuação na demanda da comunidade, dirigindo as suas actividades ao investimento social nas áreas de educação, água e saneamento, saúde, infra-estruturas económicas e ambientais. A sua intervenção regista-se nas 18 províncias de Angola, através de escritórios províncias e “antenas”.
A implementação do FAS conta com o suporte financeiro de diferentes fontes, entre os quais, dotações do Governo de Angola, créditos do Banco Mundial e doações da União Europeia, Noruega, Suécia, Japão, Itália, Holanda, Chevron, British Petroleum, Shell, PNUD e USAID.
Folha 8 com Angop